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domingo, 20 de setembro de 2009

HISTORY OF THE INTERNET



Queria partilhar esta grande pequena história que explica resumidamente utilizando um excelente formato gráfico em Flash tudo isto em que escrevemos / lemos / comunicamos / partilhamos neste momento :
History of the Internet | http://www.youtube.com/watch?v=9hIQjrMHTv4

Na volta passem por este, Picol | http://blog.picol.org

RELIGULOUS



Michael Moore é reduzido a um mero beliscão superficialmente incomodativo, a um pequeno toque inconsequente para a epiderme quando comparado com este Bill Maher, um caústico stand upper americano. E o seu material documental torna-se um mero aperitivo sensacionalista quando posto a par com este documento frontal e libertário. Imagino que tenha sido de muito difícil digestão para um país espiritualmente ataviado e fanático como os US (adianta dizer que a apresentação foi em Toronto).

A aproximação aos dogmas religiosos é a mesma que regeu Zeitgeist no primeiro dos seus três segmentos, mas este debate-se na composição e diversidade religiosa americana, desconstruindo a fé e crenças das principais confissões monoteístas em presença no país, atirando sobre crentes e sacerdotes em entrevista directa, com impertinente ironia e incredulidade perante o ditado sobre os livros sagrados e a sua aplicabilidade literal à idade contemporânea.

Religious + ridiculous pretende desmontar a cega obediência aos dogmas cristãos que a serem considerados, devem permanecer a um plano espiritual e não social ou político, que é o que se verifica em todo o mundo e não só nos EUA. Diziam-me que 90% das guerras são ou foram motivadas por motivos religiosos e esse é um número em que acredito, até que por defeito.

O filme é essencial e torna-se hilariante pela quantidade de loucas personagens que vão surgindo (o imbecil senador fanático religioso, o rabi ambivalente ultra-ortodoxo que não se cala, os mórmons hostis, o líder muçulmano irredutível, o pregador e fiéis do templo dos camionistas, o parque de diversões que revive a história de Cristo e a sua assistência deslumbrada, o cristo actor em excesso de entusiasmo, o pastor hipócrita que exibe com orgulho as suas jóias, o apóstolo que se intitula Cristo renascido, o pastor que se apregoa ex-homossexual (!!!) e que prega ostensivamente contra os gays, o judeu inventor das soluções tecnológicas para contornar os jejuns, o suposto cientista que criou e apresenta um museu que conjuga a teoria da evolução e o relato bíblico e muitas outras caricaturas).


Este documentário é um alerta e pretende alterar mentalidades por meio da crítica e autoconsciência. Tanto é que me encontrei a investigar as variações religiosas existentes e encontrei os pacíficos Quakers, os obsoletos Amish, os divertidos Shakers e essa seita assustadora da A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (mórmons). Essencial.

Curiosidade é que o director deste, Larry Charles foi o mesmo que fez Borat.

Visto nas Vasco Sessions . former MAL HQ

Links |

ZEITGEIST :: ADDENDUM




Este poderá ser é o olho perscrustador de Peter Joseph no seu novo doc que surge no seguimento lógico de Zeitgeist e que foi por isso intitulado de Zeitgeist Addendum. Aquele é de 2007 e este já de final de 2008 e é extraordinário pensar a quantidade de trabalho de investigação envolvido!

Zeitgeist Addendum, tal como Zeitgeist The Movie, foi também premiado no Festival Artivist (que revela obras de arte relacionadas com movimentações críticas e activismo, apresentando trabalhos de artistas proactivos e engajados politicamente) que passou neste Dezembro também por Lisboa e simultaneamente em outras cidades. O rol lúdico e a paciente desconstrução do sistema financeiro é neste Addendum levado ao extremo do detalhe, enquanto que no primeiro o realizador / documentarista apenas se tinha debruçado sobre ele.

O seu olhar crítico (leia-se mordaz) e a sua desarmante lucidez serve-nos sem atavios e sem máscaras a realidade bancária actual (minando o odioso paradigma da Globalização) para construir e apresentar uma nova sociedade utópica que a alguns níveis se me afigura como impossível.

Ele serve-nos os factos, mas eu não sou positivista se bem que ainda e muito orgulhosamente idealista, mas o que é bem verdade é que depois de o filme me ter aberto bastantes portas que seguiam encerradas sobre inúmeras questões importantes (o intrincado sistema financeiro à cabeça) é que se me paira uma pergunta na mente:

Como poderia funcionar tão perfeitamente esta nova sociedade sugerida, se o omnipresente poder e a constante sobreposição da sede deste sobre as liberdades do outro, são tão obviamente indestrinçáveis da maneira de ser humana?

Em todo o caso e mesmo depois de tantas questões e dúvidas surgidas, o filme é de ver e por essa mesma razão : por libertar o sentido crítico em nós.

Visto em ronronagem de casa em Domingo pela noite

 
Ligações :

Artigo Lendas : http://lendaselegendas.blogspot.com/2008/05/zeitgeist.html
Zeitgeist / Zeitgeist Addendum : http://www.zeitgeistmovie.com/
Artivist Festival : www.artivists.org

STORY OF STUFF



Doc realizado pelo colectivo Free Range Studios com Annie Leonard, elucidativo do muito que temos e não temos actualmente (e a tirar seguramente ilações) :

http://www.storyofstuff.com/index.html

Espreitar também : http://www.alrdesign.com/blog/labels/activism.html

COLLAPSING NEW BUILDINGS - LISTEN WITH PAIN



Chegou-me às mãos um magnífico doc dedicado aos 20 anos de Einstürzende Neubaten, o Collapsing New Buildings - Listen with Pain (a tradução do nome da banda é sensivelmente essa, Collapsing New Buildings). Agrada-me sobremaneira o som dos E.Neubaten, esse som puro, agressivo, improvisado, rock industrial feito com tudo o que se encontra à mão para lhe tirar som, percussão de metais e totalmente representativo dessa Alemanha suja e crua de pós guerra e de durante a Guerra Fria. Não significa que a banda deixou de ter significado depois de 89, nada disso, apenas carrega com ela essa identidade de um país e uma cidade - Berlim - retalhada e sempre vigiada, vivendo o espectro da espionagem e do escapismo.

Agora Berlim é o centro da Europa e o seu maior centro artístico e os Neubaten continuam a tocá-la e a levar esse dinamismo industrial para todo o lado (tocaram em LX este ano).

O que mais me surpreendeu neste filme foi - não a devoção incondicional de Nick Cave - mas o facto de eu ter descoberto que no primeiro concerto que vi deste no Porto, no já desaparecido festival Imperial, que quem acompanhava o australiano nos vocais era Blixa Bargeld, o frontman dos Neubaten!

Txs Andreia . visto em conformismo de constipação à noite em noite de semana.

BERLIM




Julian Schnabel tem das obras mais consistentes que reconheço em cinema e tenho uma certa cautela em etiquetá-lo completamente como realizador – ele é sobretudo um esteta e, como Anton Corbijn (o tal do magnífico Control) deambula em áreas artísticas eminentemente assessórias do cinema: este fotografia, aquele pintura (tem trabalhos expostos no Berardo).

Quatro longas constituem a sua filmografia em que se nota uma constante, o interesse por partilhar histórias reais sobre seres extraordinários: Basquiat, Antes que Anoiteça, O Escafandro e a Borboleta e agora este Berlim, já de 2007. Se os três primeiros são biopics, este último afasta-se dos restantes porque é um documentário sobre uma banda sobre um concerto que tem tratamento de videoclip – a banda é Lou Reed e o concerto é a sua longa aspiração de colocar em película o álbum de 1973, Berlim (que surgiu logo após o magnífico Transformer, Reed com Bowie) que nunca avançou por este ter sido um flop comercial. Reposto agora é o devido com a filmagem do concerto de 2006, ao longo de cinco dias, num armazém de Brooklyn, NY; reconstrução necessária de Reed do álbum agora já de culto.

A faceta artística de Schnabel faz-se sobressair, num interessantíssimo objecto fílmico que acompanha nas suas opções estéticas a complexidade dos arranjos musicais e o debruar sombrio e maneirista de Reed e onde aparece ainda a magnífica voz e vasta presença de Anthony.


ler crítica na TAKE n9 em http://www.take.com.pt

COMANDANTE


A figura charmosa do Ditador é tão atractiva para quem não é directamente reprimido que alimenta inúmeras peças de cinema de qualidade diversa, exterior à definição de ditador que cada um tem consigo. Ditador é alguém que dita, que controla, que se guia pela sede pelo poder e que se prolonga nele, sobrepondo-se a outros. E assim é Fidel ditador, independentemente das simpatias partidárias.

Dois dos filmes que vi recentemente versavam sobre a temática apaixonante dos ditadores em formatos distintos e com resultados também diversos: o académico Il Caimano de Nanni Moretti e o biopic desgarrado W. (também de Oliver Stone como este Comandante).

Nota-se na irregular obra de Stone uma atracção assumida e monográfica pelas figuras carismáticas (também dele JFK e Nixon) e se neste último iniciou a sua visão sobre os estadistas malvados diabolizando Nixon ou deixando em W. que Bush se ridicularize, neste Comandante, Fidel surge fragilizado pela doença e quedado pela idade, num híbrido objecto que não é uma reconstrução biográfica nem um doc – mas sim uma conversa informal entre um estadista no ocaso da sua governação de 49 anos e um americano herói do Vietname, entremeado com apontamentos de época, muitos deles parciais do ponto de vista americano. Fidel permite que Stone avance com questões a que um vulgar ditador não se permitiria, acusando impertinência, como dos relacionamentos amorosos e do recurso a terapias psiquiátricas ou ainda questões específicas como do presumível afastamento de Che da política cubana por incompatibilidade, da perseguição aos homossexuais e da suposta presença de conselheiros cubanos em Hanói – tudo graciosamente afastado por um líder que nunca deixou de ser honestamente simpático dentro da sua reconhecida brutalidade.

Stone não deixa de ser americano no seu contacto com Fidel e assim a conversa fixada como entrevista debruça-se sobre a bipolaridade da Guerra Fria, a questão dos mísseis de Cuba, o desastre da Baía dos Porcos e ainda o ridículo novelístico de Elián, que se sobrepõem sobre o que seria bem mais interessante conhecer como as repercussões do eterno embargo americano, as condições económicas actuais do povo cubano e sobre o modo em que a Revolução contribuiu para que Cuba florescesse (e se de facto floresceu) após o protectorado americano de Baptista. Comandante não acrescenta nada ao que já sabemos e o que procuramos saber revela-se melhor nos livros de Gutiérrez ou até no Antes que Anoiteça de Schnabel. As filmagens são de 2003, pelo que também é aflorada a questão do terrorismo e da nova ordem mundial, mas sem consistente continuação e até se comenta Perón - com o musical Eva em fundo - Hemingway e Allende, mas sem a merecida profundidade. Continuará Fidel a usar as suas Nike sem o nos terem revelado como se quereria.

ler crítica na TAKE n9 :: http://www.takecom.pt

TARANTINO'S MIND

Tarantino's Mind é uma curta do colectivo brasileiro 300ML onde surge a dupla inesperada Selton Melo e Seu Jorge e onde o primeiro discorre sobre as teses presentes nos filmes de Tarantino e no código que diz ter descoberto, colocando-se Seu Jorge no papel de ouvinte atento e interventivo.

A curta é brilhante e alerta-nos para detalhes nas longas do americano aos quais não tínhamos dado atenção (tinha reparado já na relação Vic - Vincent Vega) demonstrando que todo o trabalho de Tarantino se resume a um filme épico que foi dividindo para fazer todos esses seus diferentes filmes (Natural Born Killers, True Romance, Reservoir Dogs, Pulp Fiction, From Dusk Till Dawn, Kill Bill).
Mesmo que não se concorde em absoluto com a tese apresentada há que ver todos os filmes se tocam de facto e que há sequência de objectos, de tramas e de personagens de Tarantino.
Esta obra aproxima-se deliciosamente do Coffee and Cigarettes do Jarmusch e evoca (ironicamente) os diálogos informais e hilariantes do próprio Quentin Tarantino.
Vejam e maravilhem-se :: http://www.youtube.com/watch?v=op4byt-DtsI
nota : em True Romance, NBK e From Dusk Till Dawn Tarantino é o argumentista, nos restantes acumula o papel de realizador.

ZEITGEIST

Zeitgest the Movie é um documentário choque realizado por Peter Joseph (James Coyman) que recebeu o prémio de melhor filme – espírito artivista de 2007 dentro do Artivist Film Festival , que voltará a LX para o fim do ano, festival destinado a despoletar a discussão cívica e o envolvimento da arte com o activismo - social e político.

Zeitgeist [avanço cultural e intelectual do mundo em dado momento, neste caso referindo-se à nossa era] foi feito para nos provocar e para nos inspirar a reagirmos perante o que actualmente tem sido feito de errado na esfera da política mundial nestes últimos anos, rebuscando na antiguidade a origem do nosso condicionamento religioso e cultural actual.

O filme divide-se em 3 partes com uma nota introdutória em arranque. A primeira rebate a crença judaico/cristã e as suas amarras actuais. As duas partes seguintes preocupam-se em debater as grandes questões actuais (guerras, lobbies, monopólios comerciais, terrorismo, discrepâncias sociais..) revelando-as como produto de propaganda e de interesse económico por parte de uma elite mundial.

Os caminhos seguidos são inflamados e o resultado assustador. Vejam no link abaixo para retirarem todas as conclusões e discutamos isto por aqui.

Visto no recesso do lar (até se proporciona a outra compreensão do filme, não tão comedida)

http://zeitgeistmovie.com

http://video.google.com/videoplay?docid=-2282183016528882906