Mostrar mensagens com a etiqueta david lynch. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta david lynch. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, 19 de março de 2010

DUNE




















David Lynch surgiu de para-quedas num projecto que andou saltitão de produtor em produtor e de realizador em realizador. Já antes tinha sido alinhado Ridley Scott para passar a saga de Dune (começada a publicar por Frank Herbert em 1965) para o cinema. Ridley Scott deixou o projecto – para realizar o Blade Runner – por antever trabalhos de pré-produção ciclópicos na esteira do que já tinha sido tentado por Alejandro Jodorowsky (Holy Mountain) num filme que teria sido megalómano. Este não-filme juntou HR Giger (que desenhou as famosas cadeiras Harkonnen para este projecto), Moebius, Dan O' Bannon (argumentista de Alien, que seria dirigido por Ridley Scott), David Carradine e Salvador Dali.

Este filme de Lynch acompanhou-me desde sempre – faço uma compilação agora sobre o tema para um artigo e acabo por descobrir diversas derivações ao livro de Herbert. Este Dune (1984) é de todos o que é menos fiel ao livro e foi por isso rechaçado por críticos e fãs. O que teria sido entendido como a primeira de uma saga com várias sequelas acabou por se ficar por apenas este título – Lynch ainda trabalhou durante algum tempo numa primeira sequela, mas ficou-se pelo papel.

A liberdade criativa de Lynch surge explícita na reformulação do weirding way e na introdução de alguns elementos novos como os weirding modules – e, apesar desse afastamento, foi este filme que com o tempo se tornou de culto, que democratizou o acesso ao universo Dune e que o expandiu para jogos (Dune, Dune 2, Dune 2000, Emperor of Dune) e séries televisivas (Frank Herbert's Dune e Children of Dune).

O filme é notavelmente atraente e muito bem protagonizado com um elenco que conta com Kyle Mac Lachlan, Patrick Stewart e até Sting. Tudo foi realizado como uma obra de arte numa ópera rock no deserto e o filme é magnífico, com uma atenção de detalhe em todos os aspectos. Os detractores afirmam que esta é uma falhada homenagem aos livros de Herbert – mas além de o ver com uma justa homenagem, vejo-o como uma extraordinária passagem da saga do planeta Arrakis e da spice melange para o grande ecrã. 

Visto desde sempre.  

0000000080

domingo, 20 de setembro de 2009

UMA HISTÓRIA SIMPLES



Uma história simples saída filmada pela mão de um cineasta considerado complicado não poderia deixar de ser uma provocação a quem o marcou como tal e que não compreende que o cinema pode ser expressionista, surreal e sujeito a inúmeras interpretações.

E se uma história simples o é qualificável porque se resume em poucas linhas, este filme, este The Straight Story do Lynch é-o. Parte de uma viagem verídica em que um idoso homem (Richard Farnsworth como Alvin Straight) segue à procura do irmão doente (e com quem tem uma relação conturbada e esporádica) montado num cortador de relva, percorrendo indómito e estóico mais de 400km entre estados americanos.

Comparável a uma Odisseia de Homero, a complexidade do filme é humana e vive dos inúmeros encontros e atribulações de beira de estrada, acompanhando a excelente fotografia da estepe americana com a banda sonora composta por Badalamenti. Destaca-se num filme enternecedor e belíssimo, a interpretação de Sissy Spacek.

Leiam mais na Take n14, em : http://www.take.com.pt