Não escondo que me senti ofuscado pela obra de Lynch (Dune - 1984) ao ler o livro original no qual se baseou, este Dune de Frank Herbert escrito em 1965. Se o processo tivesse sido o inverso - ou seja, se tivesse lido o livro e depois o completasse com o filme - porventura seria mais um dos fãs a clamar pela cabeça de David Lynch por se ter esquivado a fazer uma total fiel adaptação ao cinema. Mas o processo foi o contrário e foi o filme de Lynch que me abriu o apetite para este; e este que me fechou algumas áreas cinzentas ocultas no filme de Lynch.
O livro é não menos do que genial - tornou-se o paradigma, a epítome do género sci-fi que surge original em referências proto-medievais aos povos judaico-cristãos e ao misticismo pré-árabe (em contraste com o corrente do género em que o futuro é o objectivo e ponto focal e não o veículo para conter uma história). As iniciais preocupações ecológicas de Frank Herbert frutificaram para uma saga contaminante que se lê em dias - interessante verificar a proximidade das figuras centrais, a Casa Atreides à mitologia Helénica dos Átridas.
Leiam - serão fãs instantâneos.
Lido por LX
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